segunda-feira, junho 06, 2022

BÁSICO E ESSENCIAL

Quais seriam as condições basilares para a construção das dissertações cobradas na maioria dos vestibulares, inclusive ENEM?


FIQUE ATENTO !

è  DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA;
Texto do universo COMENTADO... Abordagem REFERENCIAL (Assuntos... Temas (Tema específico)) 

è  FIRMAR POSIÇÃO COM ARGUMENTOS (Justificativas);

è  NÃO SE IMPOR;

è  PROPOR INTERVENÇÕES SEM FERIR DIREITOS HUMANOS;
       (Governo(sem bater); Educação(escola); Família; Cidadão comum; Iniciativa provada...)

è ARGUMENTOS SUSTENTÁVEIS (CONSISTÊNCIA E RELEVÂNCIA) Uso preferencial de repertório sociocultural legitimado pertinente e produtivo. Em outras palavras, argumentos fundamentados em áreas do conhecimento, como HISTÓRIA, GEOGRAFIA, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, ATUALIDADES (Fato-exemplo, dados concretos com fonte), etc. 



 (Mais a frete mostrarei aqui exemplos de parágrafos escritos com articulação de argumentos consistente e relevantes e outros exatamente ao contrário disso) AGUARDE.


 CONTINUE ATENTO !

QUE TIPO DE COMPETÊNCIA PRECISO?
ü  DOMÍNIO DA LÍNGUA (Linguagem por meio do qual irá se expressar); 
ü  REPERTÓRIO (Informação);
ü  ESTRUTURA & ESTÉTICA.

NÃO TEMOS MUITO TEMPO, E AGORA ???
ü  Ler jornais e revistas;
ü  Acompanhar noticiário nacional e internacional;
ü  Com olhar crítico (Pensar “Isso não é da minha conta...” acabou.

UM TIPO DE EXERCÍCIO - Importantíssimo

ü  Escolha um texto dissertativo: ARTIGO, EDITORIAL, por exemplo;
ü  Qual é a questão discutida no texto? (Assunto e tema);
ü  Posicionamento do autor;
ü  Que argumentos usou para defender sua ideia?;
ü  Defesa (Como rebateu argumentos contrários).

                                 Assim, o candidato:
ü  Vai assimilando a forma de linguagem típica do texto argumentativo;
ü  Apreende a maneira de arquitetar esses textos;
ü  Ganha vocabulário;
ü  Aumenta o grau de informatividade.


 ALÉM DISSO...

ESTÉTICA
ü  Use letra legível, de preferência cursiva (Não corra o risco de perdão em “padrão gráfico”);
ü  Cuidado com as repetições de palavras / expressões; 
ü  Não use linguagem coloquial (a gente, fazê a cabeça, trocá idéia...);
ü  Palavras de baixo calão, não! ;
ü  Não generalize ou radicalize;
ü  Evitar o uso de imperativos (doutrinação). 
ü  Religiosismos não são bem-vindos;
ü  Não use o pronome “VOCÊ” ou o pronome “EU” – IMPESSOALIDADE;
ü  Faça o rascunho antes de passar para a folha definitiva.


 Gladston Vieira.

segunda-feira, março 07, 2016

Reflexão sobre disciplina... Uma vertente apenas...

Fonte: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/g201504/disciplinar-filhos/

Em décadas recentes, a vida familiar nos países ocidentais mudou bastante. Antes, os pais estavam no comando, e os filhos seguiam sua liderança. Agora, em algumas famílias, parece que os papéis se inverteram. Por exemplo, considere as seguintes situações, todas baseadas em cenas comuns.
  • Numa loja, um menino de 4 anos se estica para pegar um brinquedo. A mãe tenta fazê-lo mudar de ideia. “Você já não tem muitos brinquedos?” Ela percebe tarde demais que não deveria ter falado em forma de pergunta. “Mas eu quero!”, diz o menino, choramingando. Temendo uma birra — tática comum do menino —, a mãe cede.
  • Uma menina de 5 anos interrompe o pai, que está conversando com outro adulto. “Aqui está muito chato”, diz ela em voz alta. “Quero ir para casa!” O pai imediatamente para sua conversa, abaixa-se e pede à filha: “Só mais uns minutinhos, meu amor — pode ser?”
  • Mais uma vez, reclamaram que James, de 12 anos, gritou com a professora. O pai dele fica irritado — não com o filho, mas com a professora. “Ela está sempre implicando com você”, diz ele a James. “Vou reclamar com o diretor da escola!”
Essas situações são fictícias, mas cenas assim realmente acontecem. Elas são exemplos de um problema que existe em famílias em que os pais toleram atitudes grosseiras dos filhos, cedem às suas exigências e os “salvam” das consequências de seu mau comportamento. “É cada vez mais comum ver pais entregando sua autoridade aos filhos”, diz o livro The Narcissism Epidemic(A Epidemia do Narcisismo). “Pouco tempo atrás, as crianças sabiam quem era o chefe — e não eram elas.”
 É claro que muitos pais se esforçam para ensinar valores morais a seus filhos, dando a eles um bom exemplo e, quando necessário, correção firme, mas amorosa. No entanto, como diz o livro já mencionado, esses pais estão “nadando contra a corrente da sociedade”.
Como as coisas chegaram a esse ponto? O que aconteceu com a disciplina?

A autoridade dos pais enfraquece

Alguns dizem que a autoridade dos pais começou a enfraquecer nos anos 60, quando especialistas incentivavam os pais a serem mais tolerantes com seus filhos. Eles diziam: “Seja um amigo, não uma figura de autoridade.” “Elogio é melhor que disciplina.” “Fique atento não ao que seus filhos fazem de errado para corrigi-los, mas ao que eles fazem de bom.” Em vez de buscar um equilíbrio entre elogio e correção, especialistas davam a impressão de que corrigir os filhos machucaria suas frágeis emoções e faria com que ficassem ressentidos com os pais no futuro.
Não demorou muito e especialistas começaram a fazer propaganda da importância da autoestima. Era como se, de repente, tivessem descoberto o segredo para a boa criação de filhos: fazer seus filhos se sentirem bem consigo mesmos. É claro que é importante ajudar os filhos a se sentirem confiantes. Mas o Movimento da Autoestima levou as coisas ao extremo. Especialistas diziam aos pais: “Evitem usar palavras negativas como ‘não’ e ‘errado’.” “Sempre digam a seus filhos que eles são especiais e que vão conseguir ser o que quiserem.” Sentir-se bem parecia mais importante do que ser bom.
Pais tratam o filho como rei
O Movimento da Autoestima tem feito apenas com que os filhos se sintam cheios de direitos
Atualmente, alguns afirmam que o Movimento da Autoestima tem feito apenas com que os filhos se sintam cheios de direitos, como se o mundo devesse algo a eles. Por isso, muitos jovens estão “mal preparados para as críticas inevitáveis e os fracassos ocasionais que fazem parte da vida real”, diz o livro Geração Eu (em inglês). Um pai mencionado no livro resumiu o assunto desta forma: “Não existe nenhum Movimento da Autoestima no mundo do trabalho. . . . Se você entregar um relatório malfeito no escritório, seu chefe não vai dizer: ‘Ei, gostei da cor do papel que você escolheu.’ Se prepararmos os jovens para a vida dessa forma, vamos prejudicá-los.”

domingo, fevereiro 28, 2016

FMI: 'Aumento da desigualdade reduz crescimento econômico'

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/economia/fmi-aumento-da-desigualdade-reduz-crescimento-economico-277.html


Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado em 1º junho, afirma que o aumento da desigualdade social tem impacto negativo sobre a economia mundial. O documento, intituladoCausas e consequências da desigualdade de renda em uma perspectiva global, foi escrito por cinco economistas do Departamento de Política Estratégica e Revisão do FMI, e sugere a adoção de políticas de distribuição de renda, como programas assistenciais e impostos sobre grandes fortunas, como forma de garantir um crescimento sustentável.
"A desigualdade é uma das questões que define nosso tempo e é algo que muitos parlamentares ao redor do mundo se preocupam", explica Kalpana Kochhar, uma das economistas envolvidas no estudo. "[A desigualdade] pode concentrar poder político e econômico nas mãos de poucos ricos e ter implicações significantes para o desenvolvimento e para a macroestabilidade econômica", completa.
A análise do FMI chega em um momento propício. De acordo com as previsões da ONG britânica Oxfam, espera-se que, em 2016, as 37 milhões de pessoas que compõem o 1% mais rico da população mundial terão mais dinheiro do que os outros 99% juntos. A preocupação em torno do crescimento da desigualdade é tão disseminada que até o Papa Francisco já chamou atenção para o fenômeno, denominado por ele de "exclusão econômica".
Diante disso, as conclusões do estudo seguem uma lógica simples, mas que vai contra o que o próprio Fundo Monetário e países desenvolvidos defendem. Segundo o documento, em vez de concentrar esforços em medidas de austeridade, cujos efeitos prejudicam os setores mais vulneráveis da sociedade, o caminho para o mundo voltar a crescer estaria nas mãos dos pobres e da classe média.
"Os pobres e a classe média tendem a consumir mais do que a sua renda. Em contraste, os muitos ricos tendem a guardar boa parte de sua renda, ou seja, não contribuem para o crescimento",  afirma Kochhar. Com isso, a privação da capacidade de famílias de classe média e de baixa renda de consumirem afeta o consumo, o que resulta em um baixo crescimento econômico.
Além disso, o estudo desmistifica o chamado trickledown, conceito neoliberal popularizado nos Estados Unidos e no Reino Unido pelos governos de Ronald Reagan e Margaret Thatcher. Otrickledown consiste na ideia de que se a camada mais rica da sociedade enriquecer, esse crescimento será distribuído, de forma gradativa, para todos os setores da sociedade. "Se a fatia de riqueza dos 20% mais ricos crescer 1%, o PIB global é, na verdade, mais baixo. Ou seja, os benefícios não são distribuídos em uma reação em cadeia das camadas mais ricas para as mais pobres. Na verdade, eles afetam o crescimento global", afirma Era Dabla-Norris, outra das autoras do estudo.
"Por outro lado, um crescimento similar na parcela de renda dos 20% mais pobres está associado a cerca de 0.4% de crescimento nos próximos quatro anos. Isso significa que uma parcela maior de riqueza nas camadas pobres e na baixa classe média tem efeitos positivos no sentido econômico", completa.
O estudo também sugere que um período prolongado de altas desigualdades em economias desenvolvidas estaria associado a crises econômicas globais, uma vez que lobistas pressionavam por diminuir a influência dos estados na regulação da economia. Além disso, a desigualdade econômica também aumenta os conflitos sociais e contribui para ondas de protestos nos países.
Segundo as pesquisadoras, os países da América Latina, entre eles o Brasil, podem apontar um caminho para fora da crise. "Em geral, a desigualdade tem crescido em todo o mundo, exceto em alguns países latino-americanos. Há algumas razões para isso: esses países sofreram uma desigualdade tão alta ao longo do tempo, eles estão trabalhando melhor em redistribuição de renda, via políticas sociais e transferência de renda", diz. "Outra razão é a queda da diferença de salários entre aqueles que são tidos como mão-de-obra qualificada e os que não", afirmam.
O papel da globalização
As causas do aumento da desigualdade, segundo o estudo, residem em dois elementos que sempre foram vistos como benéficos para a sociedade: a globalização e a tecnologia. "O problema é que a globalização e o avanço tecnológico mudaram a natureza do trabalho que as pessoas têm. Por isso, estar preparado para o trabalho, como era há duas décadas, não é o suficiente. E o que acontece é que o sistema educacional e o acesso a ele não estão acompanhando o que é exigido em um mundo mais global e tecnológico", afirma a economista, Era Dabla-Norris.
CONTINUA... Leia no site....link acima. 





segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Crise... Informações - IMPORTANTE (Carta Capital)


Crédito para site da Carta Capital:
LEIA.... Clique no link abaixo...
http://www.cartacapital.com.br/economia/licoes-da-crise-de-2008-e-2009

quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Nova História para o Redação Descomplicada

Amigos... Colegas... Alunos... Internautas,

Espero compartilhar neste ano de 2016 muitas orientações e dicas para o aperfeiçoamento de suas redações. A você que pensa não saber nada ou quase nada, não se preocupe. Também haverá conteúdo para iniciantes, principalmente para o foco REDAÇÃO ENEM. 
Semanalmente postarei dicas de português, produção de texto, prova ENEM e conteúdo temático para leitura e aquisição de conhecimento.
Dê sugestões também... Faça perguntas... Talvez aquela pergunta que você não teve coragem ou oportunidade de fazer ao professor perto dos colegas... 
Abraço,
Gladston Augusto.


sexta-feira, maio 24, 2013

Exercícios extras - 9º ano - Orações Coordenadas (Depois posto o gabarito)

Colégio Anglo de Raul Soares
BATERIA DE EXERCÍCIOS – 9° ANO
LÍNGUA PORTUGUESA – Gladston Augusto

Aluno: ..............................................................................................

1. Sublinhe os verbos e classifique os períodos em simples ou compostos.
a) Amanheceu. Vimos os primeiro raios solares enquanto caminhávamos na areia. A brisa do mar ainda era fria quando acordamos do sonho.
b) Lenon casou-se pela segunda vez. Ela era japonesa, inteligente, artista plástica e vivia nos Estados Unidos.


2. Transforme os períodos simples em períodos compostos acrescentando as conjunções adequadas.
Modelo: O marceneiro chegou. Começou o serviço.
               O marceneiro chegou e começou o serviço.
a) Vinicius de Moraes já morreu. Não morreram seus poemas e músicas. Sua criação artística é eterna.
b) Faltava dinheiro para o lazer. O jeito era participar da pelada aos domingos.
c) Observei o comentário do diretor. Percebi o meu engano.
d) Olhou-me duramente. Foi-se embora.



3. Sublinhe os verbos, identifique as conjunções, separe as orações e classifique-as em coordenadas assindéticas e coordenadas sindéticas.
Modelo:
a) As autoridades pedem rigor e exigem a fiscalização dos maus comerciantes.
b) A personagem saiu do quarto, escondeu as lágrimas. Saiu pela porta dos fundos.
c) Não beba muito que faz mal.
d) A paciência do pedestre esgotou-se e começou a confusão.
e) Ela sorriu carinhosamente e passou a mão nos cabelos do neto.


4. Separe e classifique as orações dos períodos abaixo.
Modelo: Eu considerava a história boa, mas não poderia avaliá-la melhor, pois me faltava tempo.
1ª oração: Eu considerava a história boa – oração coordenada assindética
2ª oração: mas não poderia avaliá-la melhor – oração coordenada sindética adversativa
3ª oração: pois me faltava tempo. – oração coordenada sindética explicativa período composto por coordenação
a) Um número cada vez maior de animais de estimação contrai câncer e poucos veterinários oferecem tratamento para a doença.
b) A fumaça do cigarro faz mal, também, às pessoas não-fumantes e prejudica a saúde dos animais domésticos.
c) A Constituição brasileira assegura direitos iguais a todos os cidadãos, entretanto isso não ocorre de fato: ora as mulheres recebem salários inferiores aos dos homens, ora os negros são inferiorizados.
d) O velho ônibus esperava o embarque dos alunos, a maioria chegou atrasada, logo, o motorista irritou-se.
e) As revistas semanais contavam a história do jovem assaltante, mas não denunciavam a sua ligação com os policiais.
f) Houve medidas econômicas muito radicais, por conseguinte não agradam à população.
g) Trabalhou muito, portanto estava cansado.

10. Classifique as orações coordenadas sindéticas em destaque, numerando-as de 1 a 5, de acordo com a tabela abaixo:
( 1 ) aditivas ( 2 ) adversativas ( 3 ) alternativas
( 4 ) conclusivas ( 5 ) explicativas
(    ) Ou galopa ou sai da estrada. (Refrão gaúcho)
(    ) "A civilização não se mede pelo aperfeiçoamento material, mas sim pela elevação moral.” (Eduardo Prado)
(    ) Os operários protestam, reclamam e exigem explicações.
(    ) Decerto choveu nas cabeceiras do rio, porque o caudal avolumou-se muito, hoje.
(    ) Os argumentos sobre os malefícios da poluição não os abalam nem comovem.
(    ) O homem depende do solo e da flora; deve, pois, preservá-Ios.
(    ) "O navio deve estar mesmo afundando, pois os ratos já começaram a abandoná-Io." (ÉRICO Veríssimo)
(    ) Seremos vencedores ou iremos provar o amargor da derrota?
(    ) O rio ora se estreitava, ora se alargava caprichosamente.
(    ) Mônica não era uma beldade, contudo impunha-se pela sua simpatia.
(    ) Astrônomos já tentaram estabelecer contato com seres extraterrestres; suas tentativas, porém, resultaram infrutíferas.
11. Divida e classifique as orações coordenadas:
a) "Ele falava, contava tudo." (Olavo Bilac)
b) Ou o governo gasta menos ou acabará dando com os burros n'água.
c) "As grandes árvores nem se mexem, pois não dão confiança a essa brisa, mas as plantinhas miúdas ficam felizes," (Aníbal Machado)
d) "O major Camilo não ata nem desata." (Ricardo Ramos)
e) A punição foi justa, portanto não se queixe.
f) "Abram-me estas portas, que eu a trarei!" (Camilo Castelo Branco)
g) Não tinha experiência, mas boa vontade não lhe faltava.
h) "Um cachorro talvez rosnasse ou mordesse." (Adonias Filho)
i) A árvore provavelmente estava meio podre, pois o vento a derrubou.


12. Divida e classifique as orações coordenadas destes períodos:
a) A mulher tentou passar, porém sua passagem foi barrada.
b) A ordem era absurda, entretanto ninguém protestou.
c) As folhas, no inverno, amarelecem e caem, ou ficam inativas.
d) Netuno é deus do mar, mas Baco tem afogado mais gente. (Provérbio grego)
e) Não te queixes, que há outros mais infelizes.
f) "O dia é belo, esplende ao sol a baía, os aviões rumorejam, passam mulheres perfumadas." (Aníbal Machado)
g) Os verdadeiros mestres não só ensinam, mas também educam.
h) O acusado não é criminoso; logo, será absolvido.
i) "Ora se esconde, ora ressurge, ora se inclina." (Olegário Mariano)
j) Ela é rica, poderia exibir roupas finas, no entanto veste-se com simplicidade.
k) "A atmosfera oleosa não arejava o peito, antes sufocava." (Autran Dourado)

l) O Sol não somente ilumina a Terra, mas ainda lhe dá calor e vida.

quarta-feira, abril 17, 2013

Assunto Importante: Na temática "Índio na sociedade brasileira"


http://www.carosamigos.com.br/index/index.php/cotidiano/3166-guarani-kaiowa-demarcacao-inconclusa-provoca-invasao-e-morte-no-ms

COTIDIANO

Guarani-kaiowá: Demarcação inconclusa provoca invasão e morte no MS


Por Ruy Sposati
Do Cimi
Um cabo reformado da Polícia Militar (PM) invadiu a cavalo a aldeia Ita'y, na Terra Indígena Lagoa Rica/Panambi, município de Douradina, Mato Grosso do Sul, na última sexta-feira, 12. Armado com revólver e facão, Arnaldo Alves Ferreira efetuou seis disparos contra os guarani kaiowá, acertando o indígena João da Silva na orelha. O PM possuía um terreno dentro da área identificada como terra indígena, a cerca de 300 metros da aldeia.
Os indígenas já haviam registrado Boletim de Ocorrência denunciando Arnaldo às autoridades, em função de outra violência praticada por ele contra a comunidade dois dias antes.
Revólver e Facão
Segundo relato dos indígenas, Arnaldo invadiu a aldeia montado em um cavalo e munido de revólver e facão, cerca de meio dia e meia da sexta-feira, 12. "Ele foi na casa de um idoso e disse pra ele: 'você vai morrer', na frente da filha e da esposa", relata um indígena da aldeia que prefere não ser identificado. "Depois ele virou pra esposa e disse: 'a senhora vai ficar viúva hoje'".
Mais:
Durante o ataque, integrantes da comunidade indígena conseguiram desarmar o militar reformado, defendendo-se dos disparos. Arnaldo foi mantido seguro pela comunidade, que informou a ocorrência à polícia local. O PM e o indígena ferido foram encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados. Arnaldo morreu ainda na ambulância; o kaiowá ferido foi preso pela polícia, acusado de homicídio em flagrante.
B.O.
"Faz muitos anos que nós temos problemas com ele. Ele não gosta da gente. Deixava o cavalo comer na nossa roça, soltava o gado na aldeia. Já matou a tiro um monte de cachorros nossos e até bateu em gente da comunidade", relata um indígena de Ita'y.
Nas últimas semanas, Arnaldo havia resolvido cercar sua propriedade com cercas elétricas. "O problema é que a cerca fica bem na estrada que nós dois [indígenas e o PM] usamos e também no lugar onde as crianças esperam o ônibus escolar", relata o kaiowá. A comunidade pediu ao cabo reformado que deixasse de utilizar a cerca elétrica. A exigência não foi aceita, e os indígenas teriam então, por duas vezes, desativado a cerca.
Agressão
Na madrugada de terça para quarta-feira, Arnaldo esteve na aldeia. "Ele veio por causa da cerca. Ele entrou na casa de um homem gritando e bateu nele com o cabo do facão", explica. O indígena que sofreu violência registrou boletim de ocorrência e realizou exame de corpo de delito, cujo resultado deverá ficar pronto na segunda-feira, 15.
Os kaiowá de Ita'y já temiam um ataque do policial. "Nós fizemos B.O. na polícia e avisamos Funai, MPF, Força Nacional que existia esse problema e estávamos com medo de acontecer algo. E aconteceu", lamenta.
Questão da Terra
"A forma como a imprensa local está contando a história e como os ruralistas a estão utilizando é absolutamente manipulada, e consequentemente criminosa", afirma o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Mato Grosso do Sul, Flávio V. Machado. "O policial não morreu 'em sua propriedade', espancado, torturado ou a flechadas, conforme disseram os jornais locais e notas de entidades do agronegócio. Ele morreu invadindo novamente uma aldeia indígena, ameaçando a vida dos moradores e atirando contra eles", conta.
Para Flávio, a responsabilidade da morte do PM é do governo federal. "Esta situação está diretamente ligada à morosidade do Estado em completar o processo de demarcação das terras kaiowá e guarani em Mato Grosso do Sul", argumenta. "Os indígenas agiram em legítima defesa, uma vez que foram atacados de maneira covarde por um homem violento e preconceituoso. Isto está registrado". Além do Boletim de Ocorrência notas técnicas do Ministério Público Federal também registram as denúncias feita pela comunidade indígena sobre as ameaças sofridas por parte PM. "Na ocasião tanto a polícia, quanto a promotoria de Dourados foram acionados para apurar a denúncias”, relembra Flávio.
Manipulação da Mídia
O coordenador do Cimi crítica a manipulação dos fatos, que está sendo usada pelos ruralistas em favor de suas pautas. "Os ruralistas estão usando do fato para responsabilizar o governo federal pelo caso, acusando-o de fomentar a violência ao demarcar as terras indígenas, e com isso tentando acelerar a aprovação de suas pautas, como é o caso da PEC 215 ou o julgamento dos embargos declaratórios envolvendo as dezenove condicionantes do caso de Raposa Serra do Sol. Ora, é justamente o contrário! A responsabilidade é sim do governo federal, mas justamente porque ele não está cumprindo com sua obrigação constitucional e demarcando, de uma vez por todas, as terras tradicionalmente ocupadas pelos guarani e kaiowá. E é inaceitável que, mais uma vez, queiram que os guarani e kaiowá paguem mais essa conta”, conclui.
Com a criação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND) na década de 40, os indígenas daquela área foram removidos de seus territórios tradicionalmente ocupados e colocados na Reserva Indígena de Dourados.
Em 2005, o movimento de reivindicação do território de Lagoa Rica se intensificou, levando ao início da identificação da área, em 2008, e também à retomada de dois Tekoha (territórios tradicionais): Guirakambi'y e Ita'y, onde ocorreu o ataque. Em dezembro de 2011, foi publicado pela Funai o relatório antropológico que identificou 12,1 mil hectares do território tradicional como Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica. A terra do PM reformado fica dentro da área identificada.
Reintegração
A Justiça Federal concedeu liminar de reintegração de posse para o fazendeiro Orlandino Carneiro Gonçalves, assassino confesso do guarani-kaiowá de 15 anos, Denilson Barbosa. Orlandino é proprietário de uma fazenda que incide sobre o território tradicional Pindo Roky, próximo à reserva indígena de Tey'ikue, no município de Caarapó, no Mato Grosso do Sul.
Segundo a decisão, os indígenas tem dez dias para deixar o local, a partir da publicação da liminar. Se não deixam a área, uma multa de 10 mil reais diários deverá ser paga pela comunidade, e 100 mil reais pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A juíza acrescenta mais 20% de multa sobre o valor da causa, a ser pago pelos servidores do órgão indigenista em Dourados, "cientes de que a responsabilidade pelo pagamento desta multa é pessoal", conforme decisão. A Funai entrará com recurso contra a decisão.
Retirada do Corpo
Ainda, a juíza exige que a Funai "proceda à exumação e traslado do corpo do jovem indígena sepultado na fazenda", enterrando o corpo de Denilson no cemitério de Tey'ikue, "segundo as regras sanitárias vigentes".

O território estava totalmente invadido pela fazenda, até que a morte de Denilson desencadeou um processo de retomada da área. A família sepultou Denilson no local do assassinato e desde 18 de janeiro, cerca de 500 indígenas estão acampados no local, e reivindicam a área conhecida pelos Kaiowá como Tekoha - "o lugar onde se é" - Pindo Roky.
Resistência

Por temerem outros assassinatos e a perseguição direta contra lideranças, um grupo de Kaiowá é quem responde publicamente sobre os assuntos da retomada, sob o nome de Comissão do Acampamento do Tekoha Pindo Roky.

"A gente não vai sair. Só se sair morto, já tá decidido", afirma uma das lideranças da comissão. "Tem pessoas de 80 anos, 70 anos que tá no Tekoha e já tá tudo decidido. Hoje tem 500 pessoas e uns 80 barracos e vai vir mais gente pra ajudar a resistir. Pode vir Tropa de Choque, Polícia Federal, quartel, tudo o que mandarem. A gente só sai morto".

Justiça Federal

Depois da ocupação dos indígenas, o fazendeiro entrou com pedido de reintegração de posse na Justiça estadual, que se declarou incompetente para julgar o caso por se tratar de conflitos fundiários envolvendo indígenas. O juiz estadual remeteu então o processo à Justiça Federal. A juíza da 1a. Vara Federal de Dourados, Raquel Domingues do Amaral, expediu liminar favorável ao proprietário rural na última quinta-feira, 11.

"Tudo isso se trata de uma questão só, que é a questão da terra", expõe o indígena. "Essa terra onde nós estamos, nós sabemos que é nossa, dos nossos antepassados, dos avós, tataravós. Ela já tava no estudo antropológico. [Retomar a terra] agora é um segundo passo já. Nós resistimos faz 513 anos. Não é agora que vamos arredar o pé", conclui.